Em dois jogos distintos, o Brasil conquistou duas vitórias e vivenciou duas narrativas completamente diferentes. Após uma estreia promissora contra a Bolívia, em Belém, o técnico Fernando Diniz admitiu que a partida contra o Peru, em Lima, não atendeu às expectativas, apesar da vitória. O treinador ressaltou a importância da conquista dos três pontos nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

Diniz analisou o desempenho da equipe: "Nós tentamos acelerar demais, não tivemos a paciência necessária para desarmar a marcação gradualmente. Isso também complicou nosso jogo. Além disso, o estado do gramado era diferente do que os jogadores estão acostumados na Europa e em Belém."

Ele acrescentou: "Acredito que aceleramos muito no segundo tempo, tentando verticalizar demais. Não quero tirar isso, pois é uma característica do time. Muitas vezes, faltou a habilidade de abrir a defesa e desmontá-la. Apesar dos erros de passe, acredito que conseguimos nos impor e merecemos a vitória."

O gol marcado por Marquinhos permitiu ao Brasil manter seu aproveitamento perfeito nas Eliminatórias e continuar liderando a competição após duas rodadas. Diniz enfatizou que, apesar da atuação abaixo do esperado, conquistar três pontos e triunfar fora de casa é um resultado positivo.

Ele observou: "A vitória é sempre importante. Se cometemos erros contra a Bolívia, hoje foi praticamente perfeito. O Peru mal conseguiu chutar a gol, o que é significativo. Estou satisfeito com o que apresentamos no conjunto dos dois jogos. No jogo de hoje, enfrentamos uma atmosfera diferente de Belém, no Pará. A equipe teve que marcar três gols para que um valesse."

Em relação à arbitragem, que anulou dois gols brasileiros no primeiro tempo, com uma análise do VAR que durou quase seis minutos em uma das ocasiões, Diniz expressou sua opinião: "Não queria discutir a arbitragem, mas já que mencionou, não vou evitar o assunto. É algo recorrente no Brasil: o que mais me incomoda é interromper constantemente o jogo e o árbitro ser conivente com isso. Isso é prejudicial para todos. Para os espectadores, para os jogadores, para os que compraram ingressos... É difícil ver os árbitros dizendo 'vamos jogar'."

O técnico acredita que esse estilo de arbitragem afetou a seleção em seu melhor momento na partida: "Quando ele parou o jogo hoje, naquele momento, no primeiro tempo, estávamos em nosso melhor momento. Estávamos criando oportunidades constantemente, mas o jogo desacelerou. Em termos conceituais, que parecem ser desejados pela FIFA e pela UEFA em lances duvidosos, o árbitro deve favorecer o ataque. Quando decidiram anular o gol, a atmosfera mudou completamente: a torcida peruana, que estava desanimada com nossa supremacia, voltou ao jogo, tornando mais fácil para o Peru. A arbitragem teve um impacto no jogo que eu preferiria que não tivesse, especialmente no aspecto do tempo."