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Cuiabá , MT - -

Com Mal de Alzheimer, Poxoréu não pode mais sair de casa sozinho



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Com passagens brilhantes pelo Fluminense, do Rio de Janeiro, e São Paulo, da capital paulista, na década de 60, o atacante Poxoréu, que fez muito sucesso também no futebol mato-grossense, está enfrentando hoje uma doença neuro-degenerativa que afeta 6% dos 15 milhões de brasileiros com idade acima de 65 anos, como é o seu caso, que completa em setembro 78 anos: o Mal de Alzheimer.

Como toda enfermidade que ataca pessoas idosas, o Mal de Alzheimer é uma doença perigosa, mas Poxoréu está muito bem cuidado pela sua mulher Arlinda e uma filha advogada. Afora o Mal de Alzheimer, ele está bem de saúde, mas, naturalmente, sujeito a uma progressiva perda da memória, que é uma das piores consequências da doença. O portador do Mal de Alzheimer pode se lembrar de coisas de um passado distante, mas esquecer até o nome da pessoa com quem está conversando... que acabou de fazer uma refeição!

Por causa disso é que Poxoréu não pode sair mais de casa sozinho, pois, de repente, pode se esquecer do endereço onde reside e ficar vagando pelas ruas sem destino. Mesmo quando sai com algum parente ou conhecido, o acompanhante tem que ficar muito atento e não perder Poxoréu de vista. O esquecimento causado pelo Mal de Alzheimer tende a se acentuar à medida que o portador da doença vai envelhecendo, um processo irreversível na vida de todos o seres.

O operariano Bolanger, que conhece Poxoréu desde os tempos que o atacante ajudou o “Chicote da Fronteira” a conquistar o primeiro título do futebol profissional de Cuiabá em 1967, de vez em quando leva o amigo para bater papo com peladeiros que batem uma bolinha nos sábados à tarde num campinho atrás do IVE, em Várzea Grande. Poxoréu gosta muito de saídas como essa, até porque continua sendo venerado pelos torcedores de sua época e também pelos mais jovens que conhecem, através de pais, avôs, tios, sua fulgurante trajetória no futebol. 

A grande fase de Poxoréu foi nos idos de 60, quando brilhou no Fluminense, do Rio Janeiro e no São Paulo. No tricolor carioca jogou com craques como Carlos Castilho, Píndaro e Pinheiro; no time paulista teve como companheiros Poy, Nilton De Sordi, Maurinho, Canhoteiro. Em Mato Grosso, Poxoréu fez muito sucesso atuando no Atlético Mato-grossense, Mixto, Operário e Palmeirinhas, do Porto.

Irreverente e zombeteiro dentro do campo, Poxoréu levava ao delírio torcedores dos estádios onde exibia sua requintada arte de jogar futebol quando com toques que mais pareciam de magia fazia a bola parar no seu pescoço entre os dois ombros, enquanto caminhava a passos rápidos, quase correndo, sem que os adversários pudessem recolocá-la em jogo. A não ser cometendo faltas em Poxoréu. As broncas que levava dos juízes pela sua irreverência eram compensadas pelos frenéticos aplausos do público.   

A esposa de Poxoréu, Arlinda, garante que pelo fato de não poder sair de casa sozinho para não correr o risco de se perder, ele fica muito feliz quando recebe amigos. E até toma umas cervejinhas de vez em quando. Poxoréu mora no Edifício Reserva Nature, que fica na Rua Amsterdã 133, cuja entrada é pela torre 1. A Rua Amsterdã fica atrás do Terminal Rodoviário de Cuiabá.   

 


Data: 2015-05-10 00:00:00