Um ano da Arena Pantanal: possível concessão, obras e mudanças à vista

Futuro do estádio mato-grossense ainda é incerto, mas ideias estão em pauta pelo Governo de Mato Grosso. Concessão à iniciativa privada deve ficar para 2016

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A Arena Pantanal sempre foi apontada como um "elefante branco". Desde que Cuiabá foi anunciada como uma das sedes da Copa do Mundo, muitos questionamentos vieram à tona pela pouca expressividade do futebol mato-grossense. Um ano após sua inauguração - empate sem gols entre Mixto e Santos, pela Copa do Brasil, no dia 02 de abril de 2014 - o estádio ainda vive um futuro de incertezas. Pensada, projetada e executada para ser multiuso, a Arena Pantanal ainda carece de ações efetivas para que esteja funcionando em sua plenitude. A obra segue sem ser concluída e entregue oficialmente ao Estado de Mato Grosso, que já pagou R$ 626 milhões pela construção. Ainda há restos a pagar, segundo o governo, que não soube informar o valor. 

Por ora, o estádio recebeu apenas três eventos fora do futebol - um show gospel na parte interna, um show de rock na área externa e uma corrida que usou tanto o lado de fora quanto de dentro.

O custo de manutenção mensal do estádio era de R$ 900 mil quando o governo atual assumiu a gestão. Agora, gira em torno de R$ 500 mil, segundo a Secretaria de Cidades. Os custos estão sendo arcados pelo estado e pela Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), que tem cuidado de áreas fundamentais, como o gramado. Sem contar custos com energia elétrica - nos jogos realizados no período noturno -, abrir a Arena Pantanal custa cerca de R$ 25 mil com um setor liberado.

- Estamos com uma parceria com a FMF, que também tem arcado com custos, mas é o governo que paga a maioria das despesas. Quando esse governo assumiu havia contratos permanentes e pagos mensalmente. Agora,  reduzimos para quando ocorrem eventos no estádio. Isso diminuiu bem o custo de manutenção. Gastos com luz e limpeza, por exemplo, são pagos pelo promotor do evento. Se não tem jogo, esses itens não são utilizados e nem pagos - disse Gustavo Oliveira, secretário de Cidades. 

Oliveira afirma que a Arena Pantanal é viável, desde que tenha atrativos para a população, como grandes shows e jogos.

- Se ela tiver conteúdo, situações que tragam público, é claro que ela vai dar lucro. O que o governo ou a iniciativa privada precisam entender é isso: dar condições para que o público compareça. 

A Arena Pantanal arrecadou R$ 10,8 milhões brutos com bilheteria em um ano, nas 42 partidas disputadas até esta quarta-feira, dia 01 de abril. O custo de manutenção após realinhamento do governo é de R$ 500 mil por mês. Ou seja, em um ano o gasto aproximado é de R$ 6 milhões.

O governo passado deixou um modelo de concessão pronto para ser licitado. Nele, alguns estudos foram apresentados com cifras e possíveis formas de lucro. Tudo, porém, foi descartado pelo governador Pedro Taques, que só deve voltar a mexer com isso no final deste ano.

Antes do início do Campeonato Mato-grossense, o estádio chegou a ficar fechado por alguns dias para reformas emergenciais nas áreas elétricas e hidráulicas. Havia a possibilidade de que fosse fechado novamente após o término do estadual, mas já foi descartada.

- Conversamos com a federação e temos uma parceria para trazer conteúdo para o estádio, com jogos da Série A, além das partidas dos times locais que estão nas Série B, C e D. Com isso, vamos mudar o cronograma e passar a mexer em pontos específicos, sem que ela fique completamente fechada. Isso vai atrasar a conclusão, mas vai possibilitar a vinda de mais jogos. A tendência é que ela seja concluída em dezembro - disse Oliveira.

Apesar de já ter recebido mais de 40 jogos, a Arena Pantanal nunca foi entregue oficialmente ao Governo de Mato Grosso. A construtora Mendes Júnior, responsável pela obra, afirmou que ainda tem dinheiro a receber, fato confirmado pelo Estado.

- Somente depois que a obre for entregue é que vamos mexer com concessão. Sendo a gestão pública ou privada, é certo que precisa de profissionais gabaritados. É todo um complexo envolvido com o ginásio Aecim Tocantis e a piscina olímpica. Ali já é um ponto de lazer diário para a população. Até dezembro, o Governo de Mato Grosso é que vai gerir os locais, disse o secretário de Cidades. 

O entorno da Arena Pantanal tem recebido cerca de 1,5 mil pessoas diariamente que utilizam a ampla área do terreno que fica anexo ao estádio. São cerca de 300 mil metros quadrados, com lago, espaço para caminhada, para andar de skate, bicicleta etc. Já há inclusive cestas de basquete instaladas para "peladas" do esporte. Segundo o secretário-adjunto de Esportes, Pedro Shinohara, existem várias ideias sobre o uso do entorno para melhorar o fluxo no local.

- Estamos com estudos com todas as secretarias para melhorar a área. Sabemos que está sendo muito útil. Já pensamos até em salas de aula como forma de utilizar os espaços. Vamos viabilizar muita coisa. No entorno, vamos demarcar a pista para caminhada, para organizar melhor. Teremos pista de skate, tabelas de basquete, quadras de areia para a prática de vôlei e futevôlei, academia aberta para deficiente, enfim, diversas ações para deixar o local mais agradável.

Quando o projeto do estádio foi apresentado à população, havia a expectativa de que a Arena Pantanal pudesse abrigar lojas, lotérica, hotel, academia, entre outras. Porém, isso só deve entrar em pauta quando o estádio for entregue, assim como a definição sobre a concessão ou não à iniciativa privada. 

- Também pensamos em trazer grandes shows nacionais, mas enquanto tiver jogos não vamos mexer com isso. O gramado é prejudicado, então temos que organizar bem. Ver bem o calendário de partidas.

Data: 2015-04-02 00:00:00