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Cuiabá , MT - -

Após CPI do Futebol, Wellington Fagundes dispara sobre CBF: "quem não deve não teme"

O senador Wellington Fagundes (PR-MT), autor do requerimento que convocou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a prestar contas perante a CPI do Futebol, afirmou nesta quinta-feira (3), durante audiência da comissão, que espera que o Supremo obrigue a entidade a abrir o histórico de transações econômicas. “É aquele ditado, quem não deve não teme” - provocou.



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 Segundo ele, o requerimento que apresentou tinha como objetivo fazer com que a CBF mostrasse transparência. Agora, segundo ele, a atitude tomada “passa a dar a impressão que a CBF está tentando esconder alguma coisa que deveria ser aberta a toda a população, até porque, a entidade indiretamente recebe recurso público".


O senador Romário, presidente da CPI, afirmou que apesar de a CBF estar em seu direito de omitir as informações, é bem plausível que haja irregularidades na Confederação. Para o ex-jogador, se os documentos fossem contratos convencionais, a CBF não precisaria ter entrado com a ação no STF.


"Mas como nós sabemos - pelo menos eu posso afirmar - que muitos desses documentos são feitos de uma forma ilegal, onde algumas pessoas enriquecem com isso, eles entraram com essa petição, e agora iremos ver o que acontecerá, lá na frente", anunciou.


O jornalista Andrew Jennings, autor do livro  “Jogo Sujo – o mundo secreto da FIFA”, foi chamado à CPI do Futebol para falar sobre suas investigações a respeito dos casos de corrupção envolvendo a federação internacional e também dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol, como João Havelange, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.


Durante a reunião, o senador Wellington Fagundes (PR-MT) questionou o jornalista sobre quais seriam as empresas de Ricardo Teixeira que receberiam, segundo denúncias do próprio jornalista feitas em 2010, dinheiro proveniente de propinas. Pagamentos que, segundo o Jennings, teriam sido recebidos por João Havelange e Ricardo Teixeira às vésperas da negociação dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2002 e 2006.


Jennings respondeu que a ISL (empresa suíça de marketing esportivo) pagou ao ex-presidente da CBF o total de US$ 9,5 milhões em propinas, entre 1992 e 1997, e este montante teria sido lavado no Brasil. Segundo ele, é incabível que restaurantes de Teixeira - como o El Turf, no Jóquei Clube do Rio de Janeiro - que 'nunca tenham feito dinheiro algum', passem a receber altos montantes. "Houve uma lavagem de dinheiro e uma evasão de impostos que deve ser observada", afirmou. 


Wellington Fagundes afirmou ter ficado perplexo pelo volume bilionário de propinas divulgado pelo jornalista. "Isso deixa a gente espantado, junto com a influência que essas propinas, esse volume de recursos tem tido nos resultados das Copas do Mundo".


Para o republicano, a Copa representa a esperança de todos os países participantes e, se há a possibilidade de manipulação de seus resultados, cai por terra a alegria e a paixão de todos aqueles que idolatram o futebol. "Algumas pessoas chegam a morrer de emoção nos estádios, e de repente, descobre-se que é possível um resultado ser manipulado, principalmente em uma Copa do Mundo", lamenta.


Ao ser questionado sobre os caminhos a serem traçados pelas autoridades brasileiras, o Andrew Jennings foi enfático ao afirmar que as únicas duas respostas possíveis são 'cadeia' e 'transparência'. "É como os governos modernos agem. Você faz acessos online e pode encontrar os pagamentos, as reuniões, qualquer coisa que eles realizam. E todos os encontros são feitos com transmissão ao vivo, então você pode assistir na TV por si mesmo. Essa seria a tratativa a longo prazo. Por enquanto, essas investigações no Brasil e ao redor do mundo devem continuar. Coloquem-os na cadeia!", finalizou. 

 

 


Data: 2018-02-06 00:00:00