Esse era o tamanho do nosso desafio na tarde deste domingo.

Nosso time: jovem, com pratas da casa, jogadores da nossa terra, aqui mesmo da baixada cuiabana.

O jogo começou equilibrado. O Cuiabá tentava chegar com cruzamentos em que a bola passava perigosamente pela nossa área.

Mas a melhor chance do início da partida foi nossa. O meia Igor Aguiar, jogando pela primeira vez como titular, finalizou duas vezes, sendo travado pela zaga cuiabanista nas duas ocasiões.

Foi aí que em uma desatenção da nossa defesa, Bruno Veiga fez 1x0 Cuiabá.

A pressão de sair atrás logo cedo de um time bem mais experiente, pareceu afetar nosso time. E em um cruzamento da esquerda a bola raspou na cabeça do nosso zagueirão João Márcio e entrou na rede do goleiro Victor. Logo o João Márcio que vem fazendo um campeonato tão consistente! Era um péssimo sinal.

A montanha a ser escalada, que já era grande, foi crescendo no primeiro tempo e atingiu o seu cume quando nosso lateral Dalvan cortou mal a bola e ela ficou a mercê do Robinho que chutou pro gol.  3x0 Cuiabá no primeiro tempo.

Estávamos atônitos. Principalmente porque sabíamos do nosso potencial. O medo era de que se não acordássemos, poderíamos tomar uma impiedosa goleada.

Intervalo.

Houve bronca, houve conversa franca... houve confiança... detecção e correção de erros.

Houve também substituições. Começando pelo matador Paulinho Mingau. E na sua primeira oportunidade ele fuzilou o goleiro Henal descontando o marcador, 3x1. Terceiro gol em quatro jogos. Que bela média!

O duelo Paulinho Mingau x Henal, inclusive, se estenderia por todo o segundo tempo. Com muitas provocações de ambos os lados.

Mas o caminho para nossa reabilitação ainda era longo. E ficou mais curto quando o técnico Giani novamente acertou em sua substituição. Michel entrou com a tenacidade de sempre, foi pra cima da defesa Cuiabanista que só conseguiu pará-lo derrubando dentro da área. Pênalti!

Henal provocou: “Deixa o Mingau bater!”

Paulinho rebateu: “Eu vou deixar o menino fazer gol em você!”

O “menino”, em questão, era o jovem Igor Vieira. Vinte anos. Jeito de menino mesmo mas futebol de gente grande, o cérebro da nossa equipe.

Na verdade logo após a marcação da penalidade, o Igor já botara a bola debaixo do braço assumindo a responsabilidade e com a confiança dos grandes jogadores deslocou Henal. O clássico “bola para um lado, goleiro para o outro” ou então “o goleiro nem saiu na foto”.

Essa altura a reabilitação já era plausível. O Cuiabá não ameaçava, apenas esperava o final do jogo, fazendo descaradamente a famosa cera. Até para forçar o terceiro cartão do goleiro Henal e de um dos seus zagueiros.

Mas assim como contra o Araguaia na Arena Pantanal e como contra o Operário LTDA na rodada passada, nossos guerreiros lutaram até o último suspiro, até o último lance que foi uma bola lançada na frente, que Michel acreditou ganhou da zaga e tocou na saída de Henal. Gol no finalzinho. Um filme que vem se repetindo.

Foi uma explosão de alegria.

No apito do juiz, decretando o fim de jogo, veio o sabor de vitória, mesmo com o 3x3, por todas as circunstâncias.

Relembrando tudo que houve no intervalo, diria que houve, sim, tudo aquilo, mas houve principalmente brio, vergonha na cara e um grupo formado por jovens, é verdade, mas jovens homens!