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Cuiabá , MT - -

Clubes decidem sexta-feira sobre nova eleição na FMF



ESSA NOTÍCIA É UM OFERECIMENTO:


 Uma assembleia geral com a presença de todos os clubes e ligas amadoras de futebol com direito a voto decide na próxima sexta-feira se a entidade realiza uma nova eleição para escolher o sucessor de Carlos Orione na presidência da Federação Mato-grossense de Futebol ou se confirma a permanência de João Carlos Oliveira Santos no cargo que ele já vinha ocupando interinamente mesmo antes da renúncia do titular a semana passada.

Orione renunciou a presidência da entidade depois de quase quatro décadas comandando o futebol mato-grossense. Um duplo motivo levou Orione a ser apeado do poder: uma pressão dos clubes, que inclusive lhe encaminharam recentemente um documento pedindo que ele renunciasse ao cargo e sua debilitada saúde. Os clubes argumentavam que pelo seu estado de saúde e sua própria idade, Orione não tinha mais pique para acompanhar o dia a dia agitado  do presidente de uma entidade do porte da FMF.   

Olho no Esporte – Alguns clubes que disputam o Campeonato Mato-grossense da 1ª Divisão tem reclamado que não estão conseguindo patrocinadores para inserção de publicidade em seus uniformes. É a crise econômica que chegou também ao futebol ou está faltando competência aos diretores de clubes na busca de mais esta fonte de rendas do futebol?

João Carlos – Este é um problema dos clubes. O Dom Bosco vendeu oito placas para o seu jogo próximo jogo na Arena Pan tanal. Acabo de autorizar a colocação das placas. Cabe a cada clube correr atrás dos patrocinadores.

Olho no Esporte -- No ano passado, a Federação Mato-grossense de Futebol deu uma ajuda considerável aos clubes participantes do Campeonato Estadual, graças ao dinheiro que arrecadou de seus  patrocinadores. Esta ajuda vai se repetir este ano ou a Federação também está enfrentando falta de patrocinadores?

João Carlos – Pelo contrário. Graças a Deus, vai se repetir sim! Eu só não posso falar por enquanto o nome do patrocinador, porque ainda não assinamos o contrato.

Olho no Esporte -- O dinheiro arrecadado de patrocinadores é dividido apenas entre os clubes da 1ª  Divisão ou os outros, como os da 2ª  Divisão,  também recebem essa ajuda?

João Carlos – Só os clubes da 1ª Divisão recebem. A Federação não pode tirar dinheiro dos filiados da 1ª Divisão para dar aos outros clubes. Os clubes não recebem dinheiro vivo. A parte que é destinada para cada um é para pagar arbitragem, despesas com viagens, hospedagem, alimentação. À medida que vão entrando recursos nós pagamos as empresas que lhes prestam serviços. Com isso, evitamos certos tipos de problemas...

Olho no Esporte – A FMF já está buscando alternativas para manter em atividades os clubes que ficarão de fora de competições como a Copa Sul-americana, a Copa Verde, a Copa do Brasil e as diversas séries do Campeonato Brasileiro?

João Carlos – É uma boa pergunta para se fazer para o bom-senso. A Federação faz a sua parte, mas os clubes tem que fazer a deles também, buscando se classificar para garantir participação no calendário do futebol brasileiro o ano inteiro.

Olho no Esporte – As premiações pagas pela Confederação Brasileira de Futebol justificam os investimentos que Cuiabá e Luverdense, principalmente, tem feito nos últimos anos para manter times de alto nível se comparados com os demais?

João Carlos – Esta pergunta deveria ser feita justamente ao Aron Dresch e Helmute Lawisch, presidentes do Cuiabá e do Luverdense. O Helmute está muito satisfeito com as quotas da Série B do Campeonato Brasileiro. O Aron também deve estar, pois elas da CBF são realmente compensadoras...

Olho no Esporte – O que está faltando para melhorar as rendas no nosso futebol: melhorar os times? Maior divulgação do futebol? Ou o que está faltando mesmo é dinheiro no bolso do torcedor?

João Carlos A rodada do meio desta semana na Arena Pantanal vai ter dois jogos ao preço de dez e cinco reais. É um valor quase simbólico. O que é preciso é o nosso torcedor voltar aos estádios como acontece no Maranhão, no Pará, e pelo Brasil afora. Mesmo pagando entrada inteira, é muito pouco dinheiro para dois jogos de futebol. Por isso, estamos buscando patrocinadores para deixar os ingressos cada vez mais baratos. Nesta rodada dupla, tem torcedor que vai pagar menos dois reais para ver um time de futebol profissional jogar. Mas, por enquanto, baixar mais os preços dos ingressos é impossível...

Olho no Esporte -- A renúncia de Carlos Orione, depois de quase quatro décadas na presidência da FMF, trouxe vantagens para o futebol de Mato Grosso?

João Carlos – Primeiramente, é preciso reconhecer e respeitar que o doutor Carlos Orione foi um ícone do nosso futebol, com uma permanência de quase quatro décadas na entidade. Ele saiu deixando a FMF em décimo quarto lugar, está deixando a Federação com três equipes na Copa do Brasil – veja bem, três times na Copa do Brasil – o Cuiabá na Série C e o Luverdense muito bem na Série B. O Cuiabá, além da Série C, está também na Copa Sul-americana, Copa do Brasil, Copa Verde. Então, estamos muito bem. O ciclo dele passou, mas foi muito benéfico para o futebol mato-grossense. Agora temos que enfrentar novas filosofias de trabalho, uma nova dinâmica. A instituição segue. Resta nos agradecer eternamente por tudo de bom que Orione fez pelo futebol mato-grossense e brasileiro...   

Olho no Esporte – Apesar de muito criticado pela sua longa permanência no comando do futebol mato-grossense, a atual diretoria vai prestar alguma homenagem a Carlos Orione?

João Carlos – Eu acho que ele merece uma homenagem sim. Afinal, ele dedicou  quase sua vida toda ao futebol de Mato Grosso. É claro que na hora certa a Federação vai lhe prestar a homenagem que ele bem merece.,.  

Olho no Esporte – Com a renúncia de Orione, a diretoria atual vai convocar eleição para escolha de novos dirigentes ou esperar 2017 para eleger a nova direção da entidade, de acordo com os estatutos?

João Carlos – Os clubes é que vão decidir sobre isso. Temos uma assembleia geral na próxima sexta-feira e os clubes vão tomar a decisão. Sou muito democrático e gosto de ouvir os clubes antes de tomar qualquer decisão. Se eles quiserem faremos nova eleição ou colocar um novo vice na presidência, a decisão é deles, não tem problema nenhum. Nós temos ainda cento e cincoenta dias para resolver essa questão da eleição. Só acho que temos que trabalhar com democracia e lealdade uns para com os outros, levando sempre em consideração que o futebol mato-grossense está no auge. É nisso que temos que pensar.


Data: 2016-02-23 00:00:00