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ESPECIAL COPA DO BRASIL: "São" Prass, Palmeiras campeão e chora Ricardo Oliveira

O camisa 9 do Peixe foi o grande destaque da competição pelo lado do Peixe, mas não foi poupado pelos palmeirenses



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"Eu não sabia o que era ganhar um título com essa camisa. É uma sensação inexplicável. Só quem viveu tudo aquilo poderia entender. Foi um momento mágico que pretendo que se repita", foi com essas palavras que, com muita emoção, o zagueiro Jackson explicou, ao Portal Futebol Interior, como foi vencer a Copa do Brasil pelo Palmeiras, clube que está tentando retomar seus tempos áureos do passado, após sofrer dois rebaixamento e ficar perto de um terceiro em 2014.

Para 2015, o presidente Paulo Nobre contratou Alexandre Mattos como executivo de futebol, o tirando do Cruzeiro, até então atual bicampeão brasileiro. O dirigente chegou e foi logo trazendo muitos jogadores. Em toda temporada, o Palmeiras anunciou 25 nomes. Um deles era um tal de Zé Roberto, com 41 anos nas costas. Mesmo considerado por muitos como jogador em fim de carreira, tomou a braçadeira de capitão e virou um dos destaques da equipe. Em seu primeiro jogo, ficou marcado na preleção, quando, ao término do discurso, falou: "Bate no peito e fala, o Palmeiras é grande".

Após conquistar o título em cima do Santos, a primeira conquista na nova Arena, Zé Roberto mudou o discurso: "O Palmeiras não é grande, é gigante", fala seguida por vários jogadores, como Fernando Prass e o próprio Jackson. No Paulistão, bateu na trave. Brasileirão, ficou longe de conquistar alguma coisa. Foi na Copa do Brasil a consagração e o início, talvez, de uma nova era.

O fato é que a Copa do Brasil veio depois da rixa entre Palmeiras e Santos esquentar, como era nos tempos de Pelé. Ricardo Oliveira zoou, os jogador alviverdes não perdoaram e o título cicatrizou uma ferida aberta nos corações dos palmeirenses. Na base, claro, de muita raça, pois o Peixe jogava, até então, um futebol mais vistoso e era, sem dúvidas, o grande favorito, mas acabou tropeçando em suas próprias pernas.

O INÍCIO DE TUDO
Palmeiras e Santos chegaram à decisão da Copa do Brasil com todos os méritos. Eram os times que passaram por todas as etapas da competição, diferente de Corinthians e São Paulo, que, como estavam na Libertadores, entraram nas oitavas. Ainda na primeira fase, os finalistas estavam em grande fase no Paulistão e colocaram isso em prática também no torneio nacional. O Verdão passou facilmente pelo Vitória da Conquista, triunfo por 4 a1. Já o Peixe fez as duas partidas, porém, derrotou o Londrina, por 1 a 0, em ambas.

Neste momento, Santos e Palmeiras não levavam o favoritismo consigo. Flamengo, Grêmio, Botafogo, Ponte Preta e Vasco da Gama também estavam no páreo e também classificaram à Segunda Fase. O Verdão sofreu em São Luis, 1 a 1, mas passou o trem em casa, vencendo o Sampaio Corrêa por 5 a 1. O Santos empatou com o Maringá, fora, 2 a 2, porém, se deu melhor na Vila Belmiro, 1 a 0. Outra classificação na risca.

Ricardo Oliveira foi o destaque do Santos na competição

Ricardo Oliveira foi o destaque do Santos na competição

O fato interessante da segunda fase foi a classificação dramática do Coritiba diante do Fortaleza. Nos pênaltis, o Coxa passou ao vencer por 11 a 10. O goleiro Deola, ex-Palmeiras, foi tratado como vilão, por ter desperdiçado sua cobrança.

Na Terceira Fase, tivemos o reencontro de um antigo fantasma e o Palmeiras. O Verdão foi jogar contra o ASA de Arapiraca e pareceu muito nervoso, passou, mas só depois de vencer, por 1 a 0, no Estádio do Café. Na arena, empate, inacreditável, por 0 a 0. Nesse meio tempo, Oswaldo de Oliveira foi demitido e Marcelo assumiu para guiar o time em busca do título.

Nessa altura, o Santos passava fácil pelo Sport, o Ituano aparecia como a maior surpresa das oitavas de final, após eliminar o Goiás, e a Ponte Preta era derrotado pelo Coritiba nas penalidades máximas.

HORA DA VERDADE!
Nas oitavas de final, os clubes da Libertadores e o melhor colocado do Brasileirão 2014 entraram na Copa do Brasil. Com a pontaria de Lucas Barrios e o show de Gabriel Jesus, principal revelação palmeirense nos últimos anos, o Verdão passou com tranquilidade pelo Cruzeiro, após duas vitórias (2 a 1) e (3 a 2).

O Santos foi ainda melhor. Em ótima fase após a chegada de Dorival Júnior, o Peixe engoliu o campeão brasileiro Corinthians. Com um futebol vistoso, o time da Baixada Santista derrotou o rival por 2 a 0 na Vila e 2 a 1 na Arena Corinthians. Lucas Lima e Renato começavam a aparecer no radar de Dunga. E são dois nomes apenas entre os destaques. Renato era o cara do meio de campo, Gabriel vinha bem na frente e Zeca comandava a lateral.

Fred por pouco não acabou com o sonho do Palmeiras

Fred por pouco não acabou com o sonho do Palmeiras

Nas oitavas duas zebras apareceram. Com um gol aos 44 minutos do segundo tempo, Marcão, o mesmo que salvou o Figueirense da zona de rebaixamento no Brasileirão, levou o time às quartas ao eliminar o atual campeão Atlético-MG. O Flamengo, por sua vez, caia contra o Vasco, enquanto o São Paulo bateu o fantasma do Ceará.

RESTAM OITO
A competição estava afunilando. O sorteio "favoreceu" o São Paulo, que pegou um Vasco focado contra a queda no Brasileirão e o liquidou facilmente. O Santos caiu contra a zebra Figueirense. Não foi tão fácil quanto se esperava, mas o Alvinegro Praiano classificou e trouxe consigo tamanho favoritismo.

O Palmeiras pegou o Internacional numa decisão dramática. Após empatar, por 1 a 1, no Beira-Rio, com gol de Zé Roberto de pênalti, o Palmeiras venceu no Palestra por 3 a 2. Teve um momento que o jogo estava 2 a 2, deixando assim o Colorado perto da vaga, até que Andrei Girotto apareceu e fez o gol da vitória. Um jogador contestado, que chegou para tentar suprir a ausência de Gabriel, virou herói. O adversário seria o Fluminense.

O CAMINHO ATÉ O TÍTULO!
Na semifinal, mais drama para o lado palmeirense e festa para os santistas. O Peixe avassalou outro rival paulista. Derrotou o São Paulo, em ambos os jogos, por 3 a 1, mostrando tamanha superioridade, que o fez já ser tratado como futuro campeão. Um fato curioso, porém, chamou a atenção. Com a convocação de seus jogadores para seleção, a diretoria optou por adiar o jogo da final, deixando cair aquele ritmo alucinante e, porque não dizer, imbatível que vinha.

O Palmeiras passou pelo Fluminense no sufoco. O Verdão perdeu no Rio de Janeiro, com direito a show de Fred. O atacante fez festa contra o Verdão. No jogo de volta, também, tanto que fez o gol da derrota, também pelo placar de 2 a 1. No último minuto, o camisa 9 poderia ter dado a classificação para o Tricolor, mas Fernando Prass fez um verdadeira milagre à queima-roupa.

Provocadinha em Ricardo Oliveira

Provocadinha em Ricardo Oliveira

A partida acabou sendo decidida nas penalidades máximas. A partir daí foi um show de erros do Tricolor. Gum e Scarpa desperdiçaram suas cobranças, pras pegou do meia e colocou o Verdão na decisão da Copa do Brasil. O Palmeiras novamente disputaria um título importante.

Na final, era o Santos novamente pela frente. O time que o derrotou no Paulistão. A rixa entre Ricardo Oliveira e Prass ganhava mais ênfase. Todos lembrava da careta que o atacante fez durante uma partida do Brasileirão. E o troco teria que vir, mas na Vila Belmiro só deu o Peixe.

Fernando Prass cresceu, ficou gigante na frente dos santistas. O Santos perdia um gol atrás do outro, enquanto o Palmeiras só teve uma chance, com Jackson, a bola foi para fora. O goleiro, porém, não pegou o belo lance de Gabriel, o mesmo que já havia desperdiçado uma penalidade máxima, 1 a 0, Peixe, e nem de Nilson. Ele faria o gol do título e fez, mas pelo lado errado. Ricardo Oliveira tirou do arqueiro alviverde, a bola sobrou para Nilson, com o gol aberto, chutar para fora. Era festa dos palmeirenses.

O Verdão acreditava, jornais faziam pôster de campeão do Santos e a final, na primeira decisão da Arena Palestra, acontecia debaixo de muita festa. O clima era excelente, os jogadores perceberam e dominaram, inacreditavelmente, o Peixe. Gabriel Jesus recebeu no minuto inicial e viu Vanderlei salvar, Victor Ramos, nas poucas chances santistas, mandou na trave, era a sorte de campeão falando mais alto.

Primeiro tempo terminou por 0 a 0 e o clima ficava tenso. Robinho, Barrios e Dudu fizeram explodir o estádio, gol do camisa 7, que marcou novamente minutos depois. O Palmeiras era campeão, muita calma. Ricardo Oliveira apareceu e estragou a festa, tudo estava perdido.

Prass vira herói no título do Palmeiras da Copa do Brasil - Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação

Prass vira herói no título do Palmeiras da Copa do Brasil

Mais um pênalti contra o Santos, a final do Paulistão se repetia. Marquinhos Gabriel foi para bola, escorregou e isolou. Zé Roberto marcou, Gustavo Henrique parou no Prass, que recebera um mosaico arrepiante dos torcedores, Rafael Marques colocaria o Palmeiras em boa vantagem, mas Vanderlei pegou. Geuvânio e Lucas Lima deram esperança ao Peixe. Jackson e Cristaldo estragaram. Ricardo Oliveira assustou, porém, também fez o seu. Até que Prass foi cobrar o último, todos assustaram. Ele bate? Sim! Bateu um verdadeiro tiro de meta e fez o gol do triunfo alviverde, mais do que merecido.

Era a primeira volta olímpica do estádio novo, a primeira festa, e um novo recomeço. Para finalizar, nada melhor do que uma provocação. Ricardo Oliveira teve que aguentar, pois era a careta, aquela mesma que fez contra o Prass, para todo o lado.

"Cada jogo teve a sua importância. Mas, o momento mais marcante foi a caminhada até a cobrança de pênalti na final. Passou um filme pela minha cabeça, a trajetória. Consegui ser feliz e marcar. Depois, foi só comemorar. A provocação não foi nada combinado. Apenas aconteceu como uma manifestação de todos. Ele (Ricardo Oliveira) desrespeitou nossa equipe e isso não se faz", finalizou o zagueiro Jackson.

 


Data: 2015-12-26 00:00:00