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Caso Fifa: Del Nero e Ricardo Teixeira são denunciados por Justiça dos EUA

Ao todo, 16 dirigentes foram acusados de corrupção na Fifa. Dois deles estão detidos em Zurique: Hawitt, presidente da Concacaf, e Napout, mandatário da Conmebol



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Em pronunciamento realizado nesta quinta-feira, a procuradora-geral da Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, anunciou que Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira estão entre os nomes denunciados por corrupção na Fifa. Ao todo, 16 dirigentes foram acusados na nova fase do processo, que teve início em maio, com a prisão, entre outros, do ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Ricardo Teixeira foi acusado de receber suborno por contratos ligados a competições da Conmebol e da CBF. E também pelo contrato de patrocínio estabelecido pela entidade em 1996 com uma empresa americano de material esportivo (a Nike). No caso desse contrato, a acusação é que Teixeira recebeu cerca de 20 milhões de dólares de propina (metade da comissão que a Traffic, empresa de marketing, teria direito). Em valores atuais... São quase R$ 80 milhões. Marco Polo Del Nero, por sua vez, foi acusado de receber propinas por contratos ligados a Copa do Brasil e a competições da Conmebol.  Os dois foram indiciados por conspiração para extorquir, fraude e lavagem de dinheiro. 

>> Entenda a crise na Fifa

Além de Del Nero e Teixeira, foram denunciados: Alfredo Hawit, Ariel Alvarado, Rafael Callejas, Brayan Jiménez, Rafael Salguero, Héctor Trujillo, Reynaldo Vazquez, Juan Ángel Napout, Manuel Burga, Carlos Chávez, Luís Chiriboga, Eduardo Deluca, José Luis Meiszner e Romer Osuna.

- O futebol está indo para o lado errado. Futebol significa união, cultura e valores fundamentais para este momento do planeta. Não há espaço para corrupção. Por isso, o Departamento de Justiça dos EUA não pode se ausentar. Agradeço a todos que estão nos ajudando - disse Lynch.

Em relação à situação de Del Nero, que está no Brasil, cuja constituição proíbe a extradição de seus cidadãos, a não ser em casos de tráfico de drogas ou crimes cometidos antes da aquisição de cidadania brasileira, Lynch afirmou que está trabalhando para que os nomes indiciados sejam extraditados para os EUA. 

- Temos alguns acordos, sim, com outros países, não. Nós podemos, sim, fazer tudo que for possível para trazer essas pessoas perante nossa Justiça, e faremos tudo que estiver ao nosso alcance. Essa investigação é baseada nas evidências, temos diferentes caminhos para os inquéritos.

Delação premiada de brasileiros

A Justiça americana revelou também um acordo de delação premiada com dois brasileiros. José Margulies, dono das empresas Valente e Somerton e que serviu como intermediário, se declarou culpado em um esquema de corrupção, fraude eletrônica e duas acusações de lavagem de dinheiro, concordando em devolver mais de US$ 9,2 milhões (R$ 34,9 milhões). Fabio Tordin, ex-CEO da Traffic USA e executivo na Media World, se declarou culpado de três acusações de fraude eletrônica e uma de sonegação de impostos, concordando em devolver mais de US$ 600 mil (R$ 2,2 milhões).

Loretta Lynch em pronunciamento da justiça americana (Foto: REUTERS/Mike Theiler)Loretta Lynch em pronunciamento da justiça americana (Foto: REUTERS/Mike Theiler)

Presidentes da Concacaf e da Conmebol são presos

Hawit, presidente da Concacaf, e Napout, mandatário da Conmebol, foram presos na manhã desta quinta-feira, em hotel em Zurique, onde estavam para reunião do Comitê Executivo da Fifa. 

No novo relatório da Justiça estadunidense, os dirigentes são acusados de esquemas criminosos que envolvem até 200 milhões de dólares (cerca de R$ 770 milhões) em propinas. Entre os crimes listados, estão extorsão, fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro. Eles teriam utilizado o sistema bancário dos Estados Unidos para as movimentações.

De acordo com o chefe do FBI em Nova York, Diego Rodríguez, o ex-presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, preso em maio, fez um acordo de delação e foi o responsável por entregar outros nomes. Ele foi o primeiro a ser extraditado para os Estados Unidos. 

Comunicado dos EUA sobre os novos indiciados por corrupção - Fifa (Foto: Reprodução)Comunicado dos EUA sobre os novos indiciados por corrupção (Foto: Reprodução)

Del Nero está na CBF

Ainda nesta quinta-feira, o FBI realizou operações em Miami, no escritório da Media World, afiliada do grupo de mídia espanhol Imagina Group, empresa suspeita de ter dado propina para dirigentes. 

Marco Polo del Nero foi visto chegando na manhã desta quinta-feira à sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O presidente ainda não se manifestou, assim como a própria entidade, que deve divulgar em breve um comunicado em seu site oficial. Del Nero não vinha realizando viagens desde as operações policiais de maio, chegando a abrir mão de seu posto no Comitê Executivo da Fifa há uma semana, indicando Fernando Sarney.

tabela denunciados corrupção Fifa (Foto: GloboEsporte.com)

Data: 2015-12-03 00:00:00