Em meio à crise decorrente do desempenho abaixo do esperado da Seleção Brasileira de Futebol na fase eliminatória da Copa do Mundo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, de 69 anos, convocou uma reunião para a próxima terça-feira (28) na sede da entidade no Rio de Janeiro.

O encontro visa conter os rumores de insatisfação das federações em relação ao dirigente, buscando apoio para manter sua posição no cargo. A convocação ocorre em um momento delicado para a CBF, exposta pelos problemas na organização do recente clássico contra a Argentina no Maracanã.

A partida, organizada pela CBF em vez das federações estaduais, foi marcada não apenas pela derrota por 1 a 0, mas também por cenas de violência entre torcedores brasileiros e argentinos. A atuação do Batalhão de Polícia responsável pela segurança nos estádios gerou críticas, incluindo manifestações públicas de descontentamento por parte de jogadores argentinos, incluindo Lionel Messi, atual detentor da Bola de Ouro.

A decisão de assumir a organização do jogo desagradou o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, que tornou público seu desacordo com Ednaldo, conforme relatos do jornal O Globo. Rubinho, como é conhecido, é um dos dirigentes mais antigos entre as federações, liderando o futebol do Rio desde 2007.

Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente a presidência da CBF em agosto de 2021, durante a investigação do então presidente, Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual e moral. Formalmente eleito em março de 2022 para um mandato de 4 anos, Ednaldo tem sido alvo de críticas por sua gestão, especialmente em relação à sucessão do técnico Tite após a eliminação na Copa do Mundo de 2022.

O dirigente indicou publicamente um acordo verbal com o italiano Carlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid, para assumir a seleção em junho de 2024.

No entanto, Ancelotti tem demonstrado desconforto com a exposição pública do assunto, enquanto Ednaldo deixa o cargo de coordenador de seleções vago, optando por Fernando Diniz como uma transição, que, por sua vez, enfrenta desafios e resultados negativos com a Seleção Brasileira.