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Ex-tenista relata ter sido vítima de abuso por treinador em centenas de ocasiões: "Ele praticava agressões sexuais comigo três vezes diariamente."

Segundo Angélique, esses abusos ocorreram em quase 400 ocasiões ao longo dos anos



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Um caso perturbador abalou profundamente o cenário esportivo francês nas últimas semanas. Angélique Cauchy, uma ex-tenista francesa de 36 anos, revelou em um depoimento impactante ter sido vítima de abuso sexual recorrente por parte de seu treinador, Andrew Gueddes, desde a tenra idade de 12 anos. Segundo Angélique, esses abusos ocorreram em quase 400 ocasiões ao longo dos anos. As revelações chocantes vieram à tona durante um testemunho perante uma comissão criada para investigar "falhas operacionais no seio das federações esportivas" na França.

Esta comissão foi estabelecida em julho deste ano com o objetivo de investigar abusos sistemáticos contra jovens atletas na França. O depoimento de Angélique levou à condenação de Andrew Gueddes a uma pena de 18 anos de prisão em 2021 por estupro e agressão sexual contra quatro meninas com idades entre 12 e 17 anos.

Durante o depoimento, Angélique compartilhou o terrível momento em que tentou resistir aos abusos, dizendo a Gueddes que não desejava continuar, que estava errado e que não queria mais. No entanto, Gueddes teria respondido a ela dizendo que esse tipo de situação era comum em relações entre treinador e atleta, deixando Angélique sentindo-se paralisada diante dos abusos.

Após os estupros, ela enfrentou uma profunda angústia emocional e chegou a considerar o suicídio. Segundo o jornal francês Le Figaro, como tantas outras vítimas de Gueddes, Angélique foi levada para um alojamento onde os estupros aconteciam de forma frequente.

Angélique descreveu essas experiências como as piores semanas de sua vida, onde foi vítima de abuso três vezes ao dia. Ela também detalhou como, por conta da rotina de treinamento, era forçada a permanecer no alojamento do centro de treinamento, sabendo o que a esperava todas as noites. Era ela quem, nas palavras dela, dava "aqueles 13 passos que separavam do quarto dele para ir e ser estuprada".

Além dos abusos físicos, Angélique também revelou que seu treinador chegou a afirmar que era portador do vírus HIV e que o havia transmitido a ela. Isso a levou a viver com o medo de contrair o vírus por cinco anos, entre os 13 e os 18 anos de idade, embora nunca tenha recebido um diagnóstico positivo para a doença.

A comissão encarregada de investigar os abusos sexuais contra jovens atletas franceses deve prosseguir até dezembro. Outros atletas que, como Angélique, passaram por experiências semelhantes, deverão depor durante a investigação.


Data: 2023-09-18 00:00:00