Por 2016, destaque do polo deixou o Havaí e sonha alto no Pan

Aos 20 anos, Mirella Coutinho é um dos principais nomes da seleção brasileira e, após morar um ano e meio no Havaí, voltou ao país natal: "Não me adaptei à cultura"

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Mesmo com apenas 20 anos de idade, a experiência de Mirella Coutinho já é grande. Já esteve em dois Campeonatos Mundiais Adultos, conquistou torneios sul-americanos em todas as categorias e está em Toronto disputando pela segunda vez os Jogos Pan-Americanos. A seleção brasileira começou a campanha bem, com uma goleada sobre a Venezuela e um empate com o tradicional Canadá, resultado que foi bastante comemorado pelas atletas. Neste sábado, o Brasil enfrenta Porto Rico, a partir das 13h, e tem tudo para garantir o primeiro lugar no Grupo A, fugindo dos Estados Unidos na semifinal. Para isso, precisa vencer por uma diferença de nove gols, superando assim o Canadá na disputa direta. 

A jovem jogadora, que já anotou quatro gols no torneio, voltou ao Brasil no início deste ano, após duas temporadas no Havaí:

- Eu fui estudar no Havaí, recebi bolsa integral. Fiquei um ano e meio, não me adaptei bem, cultura muito diferente. Voltei em janeiro porque queria treinar mais tempo com a seleção também - disse a jogadora.

Os Estados Unidos são a principal potência do mundo na modalidade. Atuais campeãs olímpicas, aparecem como favoritas absolutas ao título do Pan de Toronto. Lá, as jogadoras atuam por suas universidades e, ao todo, são mais de 1000 equipes de alto rendimento. No Brasil, o Troféu Olga Pincirolli, principal competição interclubes, reúne cinco clubes. 

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Contratado pela seleção há pouco mais de um ano, o técnico canadense Pat Oaten fez um pedido em março: todas as jogadoras que estudam fora, ou tenham alguma outra ocupação no Brasil além do polo aquático, terão que passar a dar total atenção ao esporte. Mirella fez isso um pouco antes da "ordem" do treinador, e voltou em janeiro:

- Todo mundo largou o trabalho e a faculdade. Estão todas focadas, pela primeira vez somos um time. A união faz a força. Eu acho que a gente está colocando muito mais esforço agora no que a gente está fazendo - garantiu.

No Havaí, Mirella também se divertiu bastante. Fez diversas amigas, postou fotos nas redes sociais e, claro, foi um dos destaques da Universidade do Havaí. Marcou vários gols, encantou a torcida e conseguiu conciliar o esporte com o estudo. Na volta ao Brasil, diminuiu o número de matérias na universidade para seguir treinando com a seleção:

- Não larguei totalmente, mas estou com bem menos aulas. O Mackenzie (faculdade que faz em São Paulo) sempre me ajuda e eu conto com cartas da Confederação Brasileira. Aí eles me liberam de provas quando eu viajo com a seleção - disse ela, que está de férias.

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Férias universitárias, mas não esportivas. A seleção brasileira tem, em julho, os dois maiores desafios da temporada. O primeiro é o Pan, e o segundo é o Mundial, que será realizado na Rússia a partir do dia 24. O reitor da faculdade é trocado por um técnico canadense "gente boa", mas bem exigente:

- Podemos dar uma volta pela vila dos atletas, mas nunca podemos extrapolar. Sabemos quando temos que descansar, dormir, somos responsáveis. Dá para aproveitar tudo e fazer nosso trabalho aqui no Canadá. Ele confia na gente, tem essa confiança. Ele é todo certinho, mas muito legal - disse. 

A evolução da seleção brasileira nos últimos anos é nítida. No mês de janeiro, por exemplo, o time conseguiu a primeira vitória da história sobre o Canadá, uma das principais seleções do mundo. O triunfo veio exatamente com um gol de Mirella, faltando quatro segundos para o fim do jogo:

- Aquilo foi inesquecível, quem sabe não repetiremos isso no Pan? Eu ou qualquer jogadora, desde que a gente vença - disse. 

Data: 2015-07-11 00:00:00