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Evolução do futebol contribui para aumento de lesões de ligamento cruzado anterior

O ritmo intenso aplicado pelos jogadores em campo, somado às distâncias maiores percorridas durantes as partidas, em uma velocidade que antes o futebol não exigia, é algo notável na última década



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Nahuel Ferraresi, Leonardo Zabala, Jair Paula, Gustavo Mosquito, Eduard Atuesta e Giuliano Galoppo. Esses são apenas alguns dos atletas que estão de fora deste início de Brasileirão por conta de lesões no LCA (ligamento cruzado anterior), um fantasma que assombra os clubes de futebol, especialmente pelo tempo de recuperação — cerca de oito meses —, quase que uma certeza de que o atleta perderá o restante da temporada.

 

Segundo Marcus Luzo, chefe do departamento de ortopedia da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, a evolução do futebol pode ser um fator determinante para a maior incidência desse tipo de lesão em atletas de alto rendimento.


O ritmo intenso aplicado pelos jogadores em campo, somado às distâncias maiores percorridas durantes as partidas, em uma velocidade que antes o futebol não exigia, é algo notável na última década.

 

Em 1970, um meio-campista tinha tempo para levantar a cabeça, conduzir a bola e pensar na melhor opção. Agora, as tomadas de decisão estão cada vez mais apressadas. Uma fração de segundo pode ser a diferença entre fazer um gol ou perder a bola para o adversário.

 

"Não dá para o jogador pensar e executar o que seria o movimento natural do corpo. Ele tem que dar um drible, por exemplo, e nem sempre na melhor posição que ele gostaria. Quando sai desse movimento natural, muitas vezes você pode ter a lesão", explica Luzo em entrevista ao R7.

 

A ruptura de ligamento é mais comum em jogadores de futebol, pela própria natureza da modalidade.

 

Fatores genéticos


Há varias razões por trás de uma lesão de LCA, mas uma em especial pode ser tão determinante quanto a evolução do futebol: a predisposição genética. Nesses casos, é comum que o atleta chegue até a romper o ligamento cruzado anterior nos dois joelhos, como foi o caso de Nilmar e Paulo Henrique Ganso, por exemplo.

 

"Talvez eles tenham uma fragilidade de arquitetura óssea, de colágeno, ligamentar, o que favorece a lesão do ligamento. Então, mesmo com a coxa supergrossa, a musculatura adequada, alongada, ele está sujeito a ter a lesão. Isso é um fator que não tem como a gente prevenir", diz o médico.

 

Ainda assim, uma lesão de LCA, por mais traumática que seja para o atleta, não é uma sentença de fim de carreira, embora o desempenho não seja o mesmo de um joelho que não passou por intervenção cirúrgica.

 

"Um joelho operado não é igual a um joelho normal, nunca vai ser. Mas ele consegue ter uma atividade no mesmo alto nível que tinha antes, e tem vários jogadores que provam isso", completa Luzo.

 

Fonte: Gazeta Digital


Data: 2023-04-17 00:00:00