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Cuiabá , MT - -

CEOV tenta reaver na Justiça até o campo de futebol que o Operário FC Ltda. vendeu



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O Clube Esportivo Operário Várzea-grandense está tentando reaver na Justiça o campo de futebol que possuía no bairro Carrapicho, que era a única coisa que havia lhe restado de uma área de 30 hectares e que foi vendido por antigos diretores do Operário Futebol Clube Ltda. ao empresário carioca Sebastião Viana. A pendência se arrasta desde 2011, quando o tricolor sofreu uma derrota na Justiça, porque não foi cientificado do processo para se defender e que foi julgado à revelia. O Operário FC Ltda. foi fundado em 2002 para administrar o então insolvente CEOV.

O campo de futebol foi o primeiro e único bem que o CEOV construiu na área, originariamente de 30 hectares, onde seria implantada a sua Vila Olímpica. Mas com o tempo sucessivas diretorias do CEOV foram dilapidando aquele patrimônio, conforme não cansava de denunciar o velho guerreiro operariano Rubens dos Santos, e o que restou da grande área – o campo de futebol, com um simples vestiário e uma casinha para o zelador -- acabou sendo vendido para o empresário carioca, que se tornou também dono do clube, segundo o diretor do tricolor Wendel Rodrigues.      

A área que abrigaria a Vila Olímpica foi doada ao tricolor pela Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso – Codemat por determinação de Garcia Neto, que governou o Estado de 1975 a 1979. A doação de Garcia Neto foi um agradecimento a uma homenagem que o Operário prestou a um seu irmão, Robério Garcia, mesmo nome do seu filho caçula, o Roberinho Garcia, e que não havia feito cursos superiores para possibilitar que seus irmãos estudassem.

A homenagem a Robério Garcia foi prestada durante um amistoso que o Operário disputou com a seleção de futebol de Sergipe, a terra de Garcia Neto, em Cuiabá. Emocionado com a homenagem ao irmão, Garcia Neto prometeu que o Estado doaria uma grande área para o Operário construir a sua sonhada Vila Olímpica, em um local de fácil acesso como a área que foi escolhida no bairro Carrapicho. A promessa foi feita no domingo à noite, depois do jogo, durante um jantar na Residência dos Governadores.

Tempos depois, Rubens dos Santos foi procurar Garcia Neto para cobrar a promessa. O governador ligou para o secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Bento de Souza Porto, determinando-lhe que providenciasse a área e a respectiva documentação de posse do terreno pelo Operário. Mas quando Rubens dos Santos foi falar com Bento Porto, o secretário da Seplan  lhe disse já havia escolhido a área, porém a doação seria de dez hectares e não 30, como havia prometido o governador.

Rubens dos Santos foi ter com Garcia Neto de novo para lhe dar ciência da decisão de Bento Porto. Na hora, Garcia Neto pegou o telefone e ligou para o subordinado: “Você não entendeu, Bento, eu não lhe fiz um pedido, dei uma ordem. Providencie imediatamente a doação da área para o Operário...” e desligou o telefone.

Dias depois, o Operário recebia a documentação do terreno de 30 hectares numa valorizada área do Carrapicho, por sinal próximo do local onde ficava a sede social da extinta Codemat. O Operário chegou a ensaiar a construção da Vila Olímpica, inclusive demarcando os lotes que seriam vendidos para financiar a sua implantação. Mas o tempo foi passando e de dilapidação em dilapidação, do grande terreno do tricolor no Carrapicho não restou mais nem a pequena área do simples campo de futebol que o CEOV tenta reaver na Justiça.  


Data: 2015-06-16 00:00:00