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Liga dos Campeões: Que sonho! Neymar brilha, Barça bate Juventus em Berlim e conquista o penta da Champions

Gol no último minuto decreta 3 a 1 em Berlim e garante ao brasileiro artilharia da Liga com Messi e CR7. Catalães repetem 2009 e conquistam o segundo triplete da história



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Acorda, Neymar! Acorda porque não é sonho! O Barcelona, mais uma vez, é campeão de tudo que disputou na temporada. Embalado por um ataque de 122 gols, os catalães repetiram 2009 e conquistaram, neste sábado, no estádio Olímpico de Berlim, a Liga dos Campeões da Europa e, por tabela, o segundo triplete de sua história. No 3 a 1 sobre o Juventus, não teve gol de Messi. Mas nem precisava. Suárez e Neymar representaram o tridente em partida com emoção até o golpe final do brasileiro, que já no último minuto se tornou ainda artilheiro da competição - ao lado do próprio Messi e CR7. Rakitic abriu o placar e Morata fez para os italianos.


Neymar, que passou a semana dizendo estar vivendo um sonho de criança em Berlim, passa a integrar ainda um seleto grupo de nove campeões da Champions e da Libertadores - cinco brasileiros. O tridente, que quebrou o recorde de gols de um ataque em uma temporada, vê ainda Messi ser o primeiro jogador a terminar a Liga como goleador por cinco vezes, além de ser quem mais balançou as redes na história do torneio, com 77, empatado com CR7.  

Confira vídeo no link abaixo:

http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2015/06/champions-fecha-decada-vencedora-de-neymar-melhor-dia-da-vida.html

A taça erguida em Berlim é o quinto da história do Barcelona, que iguala Liverpool e Bayern de Munique, quatro com a participação de Messi. O Juventus, por sua vez, segue com dois e chegou ao sexto vice-campeonato. O título coroou ainda a passagem de Xavi com a camisa culé. O meio-campista, que substituiu Iniesta, eleito o melhor campo, se despede após 17 temporadas e 26 troféus. Luis Enrique é outro que deixa a Alemanha com um lugar na eternidade. Se como jogador nunca foi campeão europeu, cumpriu com maestria sua missão como treinador e repetiu a façanha do amigo Pep Guardiola. O Barça é o primeiro clube da história a completar dois triples.

Juve nervosa, Barça fatal

Barcelona Juventus comemoração (Foto: Getty Images)Jogadores do Barça comemoram gol de Rakitic, logo aos três minutos (Foto: Getty Images)

O Juventus esperou 12 anos para voltar a disputar uma final da Liga dos Campeões. Quando o dia, enfim, chegou, os italianos evidenciaram desde os primeiros minutos o nervosismo e sofreram com isso. Depois de esboçar uma marcação no campo de ataque, que gerou uma finalização sem direção de Tévez e um escanteio, a Velha Senhora foi castigada logo aos três minutos. Recuado, Messi inverteu a jogada para Jordi Alba na esquerda, o lateral escorou de primeira para Neymar, que demonstrou a calma que faltava aos rivais. O brasileiro segurou a bola, esperou Iniesta passar e rolou para o meia, já dentro da área, se tornar o primeiro jogador da história a dar assistências em três finais de Champions. Com a parte da fora do pé, ele presenteou Rakitic, que empurrou para o gol vazio: 1 a 0 Barça.  

Se já estava tenso, o Juventus se desesperou e tinha em Arturo Vidal a personificação de seu destempero. O chileno, que já tinha vacilado ao deixar Iniesta avançar livre no lance do gol, enumerou faltas, discutiu com Daniel Alves, recebeu o cartão amarelo e saiu no lucro por não ser expulso. Das 15 faltas cometidas pelos italianos nos 45 minutos iniciais, cinco foram dele, mais do que todo time  do Barcelona: quatro. O time de Turim jogava a vida e não lidava bem com essa situação. O Barça, por sua vez, parecia disputar uma partida qualquer, natural para quem participava da quarta decisão em dez anos, e controlava as ações a sua maneira.  

Sem pressa, os catalães trocavam passes de um lado para o outro em busca de espaços. Foi assim que a bola chegou até Daniel Alves, na entrada da área, para finalização que parou em defesa espetacular de Buffon. O relógio caminhava para os 20 minutos, e o Juve seguia atordoado. Sem Chiellini, os italianos tinham dificuldade na saída de bola e não conseguiam respirar. Quando colocou a bola no chão, o time italiano melhorou e equilibrou as ações. Tévez e Pogba corriam e demonstravam vontade, mas as melhores chances caíram nos pés de Morata, que errou o alvo. Marchisio, em chutes de longa distância, foi o responsável por levar um pouco de perigo a Ter Stegen.

Messi - Juventus x Barcelona (Foto: Reuters)Messi marcado por Pogba e Evra: argentino não marcou, mas foi determinante no gol de Suárez (Foto: Reuters)

Com o dobro de posse de bola, 67% contra 33%, o Barcelona administrava a vantagem como se o segundo gol fosse acontecer naturalmente. A partida em determinado momento chegou a ficar monótona, até que, com duas arrancadas, Suárez, com boa dose de individualismo, deu alguma emoção aos minutos finais. Nada muito empolgante.

Mordida campeã: Suárez é o herói do tridente    

Alvaro Morata, gol Juventus (Foto: Reuters)Morata comemora gol de empate do Juventus, no início do segundo tempo (Foto: Reuters)

A segunda etapa começou no mesmo ritmo, com Suárez arrancando e dando problemas a Buffon. Em contragolpe aos três, o uruguaio chutou forte, de bico, mas o goleiro italiano fez outra linda defesa. Mais seguro de si, o Juventus não se abateu e partiu para o ataque. Com espaço, Messi tabelou com Neymar e chutou forte para fora. Os italianos, por sua vez, não demorariam para dar o troco.  

Aos nove minutos, Marchisio, muito marcado, descolou bonito passe de calcanhar para Lichtsteiner, na direita. O suíço cruzou rasteiro e encontrou Tévez, que já girou chutando de canhota. Ter Stegen fez a defesa parcial e a bola se apresentou limpo, na pequena área, para Morata empatar. Cria do Real, o espanhol externou toda vibração que guardou nos gols marcados contra o ex-clube, na semifinal.  

Confiantes, os italianos passaram a ditar o ritmo da partida e se mantinham no campo de ataque. Uma arrancada desenfreada de Piqué para o ataque deixava claro os efeito do gol sofrido no Barcelona. A confiança, no entanto, se tornou armadilha para o Juve, que deu espaços na defesa e foi castigado.  

Aos 23, Messi avançou com rara liberdade, conduziu a bola até a entrada da área e chutou forte. Buffon seguiu o protocolo e espalmou para o lado, mas Luis Suárez foi mais rápido que Evra e escorou de primeira. Gol! O Barça novamente estava na frente. Foi a 25ª vez que o uruguaio balançou as redes na temporada, 121 para o tridente formado com Messi e Neymar. O brasileiro ainda faria o 122ª logo depois, em lance anulado por toque de mão após a cabeçada para vencer Buffon.

Gol SUárez Barcelona x Juventus (Foto: AP)Suárez comemora o segundo gol do Barcelona: Luisito chegou aos 25 na temporada (Foto: AP)

A vantagem fez o Barça voltar a administrar a partida, e o Juventus novamente se perdeu na própria ansiedade. Por mais que adiantasse a marcação e ficasse no campo de ataque, os italianos não conseguiam chegar ao gol de Ter Stegen e apelavam para bolas aéreas. A estratégia não fazia efeito. Um chute de longa distância de Marchisio foi o lance de maior perigo.

No minuto final, o Barcelona deu o golpe de misericórdia. Aproveitando os espaços de um Juventus desesperado pelo empate, Neymar arrancou em contragolpe, tocou para Pedro, recebeu de volta e chutou firme para superar Buffon. Não faltava mais nada. O sonho de criança do brasileiro está realizado, e com direito a artilharia da competição de clubes mais badalada do mundo.

Jogadores comemoração champions  Barcelona  x Juventus  (Foto: Reuters)Jogadores do Barcelona comemoram título no gramado do estádio Olímpico de Berlim (Foto: Reuters)

Champions fecha década vencedora de Neymar: "Melhor dia da vida"

 

Entre 2005 e 2015, brasileiro ganha dez títulos, se torna artilheiro da Champions, e quer cereja no bolo: "Para ficar tudo perfeito, falta terminar a Copa América vencendo"

 

Direto de Berlim, Alemanha

A cena de Neymar correndo pelo Estádio Olímpico de Berlim, com a taça da final da Champions em seus braços, é emblemática, e representa o final feliz de um ciclo de exatamente dez anos. O atacante escalou, degrau a degrau, os obstáculos de sua carreira, e finalmente alcançou o patamar que se esperava dele, quando apareceu para o mundo do futebol pela primeira vez, ainda menino.

Em 2005, Neymar driblava os adversários com facilidade em um campeonato de futsal local, levando enrolada em sua cabeça uma faixa com a frase "100% Jesus". Não foi à toa que ele decidiu reaparecer com a mesma faixa na noite de sábado, ainda na festa do título no gramado. O menino venceu, virou homem: é um jogador maduro, e pai de um adorável Davi Lucca, que também levou para o campo. De promessa incerta ele se tornou campeão do Espanhol, da Copa do Rei e da Champions - levando também a artilharia dos dois últimos.

Neymar comemora pelo Barcelona (Foto: AP Photo/Michael Sohn)Beijinho na taça: Neymar concretiza desejo manifestado na véspera da final (Foto: AP Photo/Michael Sohn)

A temporada foi impecável. Neymar multiplicou os gols em relação ao seu primeiro duro ano na Europa. Depois de sofrer com lesões, desconfiança, e balançar as redes 15 vezes em doze meses, ele começou a temporada atual avassalador, e assim a terminou, com 39 gols. Para o atacante, falta só a cereja do bolo, ainda que seu ano na Europa já seja incontestável.  

Estou feliz com o título, melhor dia da minha vida. Para ficar perfeito só falta terminar a Copa América vencendo

Neymar, após título da Champions

- Estou feliz com o título, melhor dia da minha vida. Para ficar perfeito só falta terminar a Copa América vencendo - disse, na saída do estádio.  

O atacante se apresenta à Seleção Brasileira na segunda-feira, onde ainda tem alguns pontos frustrantes a vencer, ao contrário de sua carreira por Santos e Barcelona. Além da Copa América a disputar, Neymar perdeu uma final de Olimpíadas, em Londres, e saiu da última Copa do Mundo lesionado, sem conseguir ajudar o time na eliminação humilhante contra a Alemanha.  

Em seu clube, o momento é perfeito. O ano de Neymar o credencia a disputar uma Bola de Ouro. Embora ele ache que o dono do título já é Messi, acredita que pode brigar por um segundo ou terceiro lugar. Tudo isso conquistado graças à parceria com o argentino e o amigo uruguaio Luis Suárez. O tridente alcançou 122 gols na temporada, e parece não ter limites.  

- A gente não quer parar, não. Queremos continuar fazendo gols, continuar nos dando bem e ganhando títulos, que é o mais importante.  

A década de Neymar em títulos:

Pelo Santos, tricampeão paulista, campeão da Copa do Brasil, da Libertadores e da Recopa.

Pelo Barcelona, campeão da Liga, da Champions, da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha.

Pela Seleção, campeão da Copa das Confederações, Sul-Americano Sub-20 e tricampeão do Superclássico das Américas

A principal conexão entre os elos do tridente é a de Messi e Neymar, que jogam juntos há dois anos, e, depois de uma chegada intimidante do brasileiro, se tornaram grandes amigos dentro e fora de campo. Agora o camisa 11 e o camisa 10 brigam por artilharias, mas em uma disputa sadia e serena.

- Hoje a gente empatou na Champions, ele ganhou de mim no Espanhol e eu ganhei na Copa do Rei. Ele pra mim é um ídolo, é um espelho que tenho todos os dias. Jogar com ele é uma honra muito grande.  

Declaração bem diferente da que Neymar deu na final do Mundial de Clubes, quando enfrentou Messi pelo Santos, perdeu, e disse que viu em campo uma aula de futebol. Um ponto de derrota, mas importante em sua trajetória vencedora. São dez anos, desde a primeira aparição, e 15 títulos. Nota dez para o camisa 10 da Seleção, que, como aquele menino que começou no futsal em Santos, não vê a hora de encarar, e conquistar, o próximo desafio.

montagem Neymar Libertadores 2011 Champions 2015 (Foto: Montagem sobre foto da AP)Década dourada: Neymar foi campeão da Libertadores, em 2011, e da Champions, em 2015 (Montagem sobre foto da AP)

 

 


Data: 2015-06-07 00:00:00