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R$ 50 mil: Federações recebem "mensalinho" da CBF em troca de apoio

"Folha de S. Paulo" diz que Del Nero se apega a entidade regionais, que têm ajuda de custo mensal



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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, optou por manter o silêncio diante do escândalo que envolve a Fifa e decidiu iniciar articulações nos bastidores para garantir a sua permanência no comando da entidade.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (3), Del Nero se reuniu com mais da metade dos presidentes de federações e ganhou o apoio para continuar no comando do futebol brasileiro.

As federações estaduais, conforme o jornal, constituem o principal núcleo de sustentação de poder do cartola da CBF. 

O "colégio eleitoral" da entidade estabelece que só as 27 federações regionais e os 20 clubes da primeira divisão do Brasileiro têm direito a voto. .

A reportagem revela, ainda que, a CBF financia as entidades estaduais - entre elas, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), comandada há mais de quatro décadas pelo procurador aposentado Carlos Orione. 

"A CBF paga o chamado 'mensalinho' (de cerca de R$ 50 mil por mês) aos cartolas locais como forma de ajuda de custo", diz a Folha.

Além do "mensalinho", as federações ainda recebem uma "ajuda de custo".

Confira a íntegra da reportagem da Folha ou clique 
AQUI:

Isolado fora do Brasil, Del Nero se apega às federações para ficar no cargo

SÉRGIO RANGEL
FOLHA DE S. PAULO


Nos mais de 20 anos da gestão de Ricardo Teixeira, o presidente da Federação de Futebol de Roraima, Zeca Xaud, não prestou conta da verba. Xaud está no cargo há mais de 40 anos. 

O futebol na região é praticamente amador. Os jogadores são obrigados a trabalhar durante o dia. Não há cobrança de ingressos nos jogos.

Neste ano, os presidentes das federações ganharam da CBF ainda mais dinheiro. Recebem uma ajuda mensal de cerca de R$ 15 mil, além do "mensalinho".


Pressionado pela crise na Fifa e isolado internacionalmente sem apoios na Fifa e na Conmebol, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, preferiu se calar e decidiu articular nos bastidores a sua permanência no cargo.

Ele se reuniu nesta terça (2) com mais da metade dos presidentes de federações e ganhou o apoio da maioria para ficar no comando do futebol brasileiro. Mas deixou de fora o catarinense Delfim Peixoto, 74, primeiro na linha de sucessão por ser o vice mais velho.

Na reunião que durou cerca de duas horas, Del Nero afirmou que não recebeu propina, mas admitiu que o momento é "preocupante".

Del Nero se apoia nos presidentes de federações porque perdeu aliados na Fifa e também na Conmebol.

O presidente da CBF pediu para os emissários da entidade, que estavam na Fifa na sexta (29), para votar em Blatter, na esperança de que o apoio rendesse proteção no futuro.

A atitude rachou Del Nero com a cúpula da Conmebol, a confederação da América do Sul, que havia decidido votar em bloco no príncipe Ali Bin Hussein. 

A irritação dos sul-americanos foi tanta que o diretor executivo Gorka Villar, que assumiu a defesa de José Maria Marin inicialmente, se afastou do caso.

Na semana passada, sete dirigentes da Fifa foram presos em Zurique, suspeitos de participar de um esquema de corrupção. José Maria Marin, que presidiu a CBF até o mês passado, foi um deles. Del Nero é suspeito de ser um dos beneficiários do esquema.

"Ele tem o nosso apoio. O Marco Polo negou ter recebido qualquer coisa e não tenho motivos para desconfiar dele. Não vejo motivo para uma saída dele", afirmou o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio.

Ele é um dos homens da tropa de choque de Del Nero. O cearense representou o presidente da CBF na eleição de Joseph Blatter, na sexta-feira.

As federações estaduais formam o principal núcleo de sustentação de poder de Del Nero. 

Pelo colégio eleitoral da CBF, apenas as 27 federações e os 20 clubes da primeira divisão do Brasileiro têm direito a voto. Em sua eleição, Del Nero teve também o apoio da maior parte dos clubes.

A CBF financia as entidades estaduais. Ela paga o chamado "mensalinho" (de cerca de R$ 50 mil por mês) aos cartolas locais como forma de ajuda de custo.

Nos mais de 20 anos da gestão de Ricardo Teixeira, o presidente da Federação de Futebol de Roraima, Zeca Xaud, não prestou conta da verba. Xaud está no cargo há mais de 40 anos. 

O futebol na região é praticamente amador. Os jogadores são obrigados a trabalhar durante o dia. Não há cobrança de ingressos nos jogos.

Neste ano, os presidentes das federações ganharam da CBF ainda mais dinheiro. Recebem uma ajuda mensal de cerca de R$ 15 mil, além do "mensalinho".

Pelo menos 18 federações participaram do encontro desta terça. Alguns não foram chamados. As três federações do Sul não mandaram participantes. Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte também não foram.

Primeiro na linha de sucessão da CBF após a prisão de Marin, o catarinense Delfim Peixoto, 74, não foi convidado para o encontro. "Não fui convidado e não entendi nada o que aconteceu hoje no Rio", afirmou Peixoto.

O presidente da federação gaúcha, Francisco Novelletto, também não foi chamado por Del Nero.

O presidente da CBF queria divulgar o apoio dos cartolas obtido na reunião para demonstrar o seu poder político, mas recuou após a renúncia de Blatter, que ocorreu logo após o final do encontro.

"Depois do anuncio da saída do Blatter, o clima ficou mais conturbado. Mas seguimos apoiando o presidente", acrescentou o presidente da federação cearense.

 


Data: 2015-06-03 00:00:00