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Võlei: Suspenso, Bernardinho inicia ano de testes confiante: "Vejo coisas boas"

Sem poder comandar a seleção por 10 jogos, técnico diz que grupo está mais sólido e com atitude diferente; estreia na Liga Mundial será contra a Sérvia, no Mineirinho



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O olhar treinado enxerga um grupo diferente. Mais sólido, com atitude diferente, com mais vigor físico, principalmente se comparado àquele que se apresentou para a disputa da Liga Mundial do ano passado. Bernardinho não esquece do início turbulento, da campanha pontuada pela falta de consistência, perda de confiança e derrotas seguidas. O Brasil esteve ameaçado de ficar fora da fase final, a vaga parecia improvável. Até que veio a reação na última rodada, contra a Itália, dentro da casa deles. Com moral elevado, o time chegou à decisão e só lamentou não ter conseguido levantar o 10º troféu. Terá a chance novamente nesta temporada e em pleno Maracanãzinho, palco do vôlei nos Jogos Olímpicos do Rio.


Se a condição dos jogadores agrada, o motivo de preocupação do técnico neste comecinho de caminhada é não poder estar na lateral da quadra. A suspensão de 10 jogos, imposta pela Federação Internacional (FIVB) e relativa ao Mundial da Polônia, só permitirá que ele acompanhe a partida sentado na arquibancada. Nunca passou por isso, nunca se ausentou por tanto tempo. Nem mesmo quando rompeu o tendão de Aquiles durante um jogo da Superliga em 2006. O primeiro compromisso da seleção será nesta sexta-feira, às 14h, contra a Sérvia, no Mineirinho. A TV Globo transmite e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real com vídeos.

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- Estou começando este ano pré-olímpico muito motivado. Vejo coisas boas. Tenho muita esperança de que o trabalho vai ser bem feito e de que vamos colher bons frutos. Esta é a competição mais importante de 2015 para nós, já que fomos impedidos de jogar a Copa do Mundo. A fase final (o Brasil já está garantido por ser o país-sede) será um teste importante, vai ter a tensão de jogar no Rio. Este é um ano fundamental, cheio de provas para 2016. Só fico triste com a situação da suspensão, de não poder estar participando. É uma coisa que dói, é horrível. Mas tenho pessoas ao meu lado que são extensão do que penso. Trabalhamos juntos. Então, a minha ausência não significa muita coisa - disse.

Bernardinho - vôlei - técnico da seleção (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Bernardinho conversa com o auxiliar Rubinho (Foto: Alexandre Arruda/CBV)


 Em seu lugar estará Rubinho. Integrante da comissão técnica desde 2006, esta será a primeira vez que o assistente de
Bernardinho estará à frente da equipe numa Liga Mundial. Um desafio e tanto, ele não nega. 

- É diferente. Já estive no comando no Pan, mas aqui o foco é maior. Eu e Bernardo estamos conversando direto, até mesmo para imaginar como vai ser a reação do time nessa situação. Um pouco antes da hora da partida vai dar um pouco mais de nervoso no meu caso, mas quando começar passa, porque tudo o que estudamos do adversário vai estar lá - afirmou Rubinho. 

Estreia para um, reestreia para outro. Serginho também estará controlando a ansiedade em seu retorno. Bernardinho diz que será emocionante ver o líbero de novo com aquela camisa. Ressalta sua importância para o grupo e lembra que 2015 será um ano de muito trabalho e de tomada de decisão. Quer entrar 2016 com o elenco olímpico definido.

Confira outros trechos da entrevista

Bernardinho - vôlei - técnico da seleção (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Bernardinho dá instruções durante treino
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)

GloboEsporte.com: Alguns jogadores disseram que sentem uma diferença na atitude e na condição física apresentada pela equipe neste início de trabalho, comparando com o mesmo período de 2014. Você sentiu isso?
Bernardinho:
No ano passado, tivemos um início mais difícil. Foi uma lição, né? Nesta temporada, sinto o grupo mais consistente. No nível que os jogadores chegaram, os vi muito bem. O grupo está com muito mais energia física, uma postura e uma atitude melhores do que no ano passado. Em 2014, o time chegou muito desgastado e o vigor físico ficou muito comprometido. Vejo a situação mais positiva neste sentido, vejo um grupo mais sólido, mais forte, com disputas interessantes. É difícil até dizer as escolhas que serão feitas. Tem muito mais gente aí brigando por posição. Desde a primeira rodada não há adversário contra o qual poderemos dar uma relaxada. Temos que estar prontos o tempo todo. 

Como você sente a equipe para essa estreia?
Todos estão muito concentrados e mostrando muita dedicação nos treinos. A preocupação é com a falta de ritmo de jogo, o que pode nos atrapalhar. Mas há uma entrega muito boa, vontade de chegar. O time demonstrou um crescimento e menos erros. Está longe do que ainda pode render, mas indo bem. O primeiro jogo é difícil, mas os altos e baixos por causa do entrosamento será natural. O padrão de jogo virá com o tempo. Agora é um momento de adaptação. É treinamento e entrar para jogar, o ritmo talvez pegue um pouco, mas as coisas estão caminhando bem. Vamos girar todos os jogadores para terem a chance de mostrar suas qualidades.

A disputa intensa em todas as posições tem sido comentada pelos jogadores. Isso tem elevado o nível de motivação, tirado da zona de conforto... 

Sem dúvida. Todo mundo corre atrás e não quer ficar fora disso. As pessoas têm que estar prontas e aptas para a briga. E é importante que a gente entenda que este é um ano para avaliações e tomada de decisão. Não dá para fazer isso em 2016. Este é um grupo interessante. Quando começar o ano, tem que estar tudo definido. Teremos a Liga Mundial, teremos amistosos, torneios. É óbvio que campeonatos nacionais são parâmetros. Dados os elementos que vamos colher, os jogadores que vierem em 2016 serão os que vão estar nas Olimpíadas. Não dá para testar no ano que vem, mas solidificar o sistema para não ter mais dúvidas a respeito daquilo.

Bernardinho - vôlei - técnico da seleção (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Bernardinho não poderá ficar no banco de reservas (Foto: Alexandre Arruda/CBV)




Serginho disse que quer contribuir para que a equipe tenha uma outra postura, tenha mais agressividade. Você concorda com ele?
É, é uma agressividade no sentido desse estímulo permanente. Ele vai, desafia os caras. Num treino da tarde (na semana passada) a gente teve que tirar ele um pouco no final porque estava o tempo todo em cima dos caras. Ele se desgastando no sentido de estar cobrando, incitando os caras a fazerem e tal. E isso é muito legal. É uma liderança que vem a somar com o Murilo e com o Bruno, que têm um pouco dessas características que para nós é muito bom. Ele é uma pessoa querida e respeitada dentro do grupo, vem com esse espírito de ajuda, de auxílio de colaboração. A presença dele é um estímulo a mais para todo mundo. Tem sido muito bacana. 

É possível que esse grupo possa ter uma cara mais parecida, em termos de ser mais vibrante, como aquele de 2004 do qual ele fez parte e se acostumou?

Não vai mudar alguns jogadores. Não vai mudar o Lucão, que é o que é, um cara muito eficiente. O Isac é um cara bastante quieto, não vai mudar. Mas gritar não significa que o time seja agressivo. Isso se mostra na postura, com atitude. Mostrar que não há bolas perdidas, que o time está o tempo todo vivo. Você sentir isso. Lipe e Bruno são mais vibrantes. Lucarelli vem mostrando mais isso em alguns momentos. Mas são características. São jogadores excepcionais, tão bons quanto, mas são pessoas diferentes. O que se quer é ter a eficiência que aquele time tinha, mas é fazer dentro da qualidade deste grupo o que ele pode fazer de melhor.

Como vai ser ver Serginho de novo defendendo a seleção?
Vai ser uma emoção muito grande. Espero que ele não se emocione (risos). Vê-lo treinar já é uma satisfação e a gente percebe a alegria, os olhos das pessoas brilhando por conta disso e neste primeiro jogo não vai ser diferente.

Qual avaliação você faz dos adversários da chave e quais equipes também estão aptas a brigar pelo título?
Todos estão iniciando trabalho. Na nossa chave, a Austrália veio de vitória na Liga B, ganhando da França, que foi a quarta no Mundial. Só para você ter a noção do equilíbrio que existe. Mas é certamente tem menos experiência e resultados do que as outras. A Sérvia volta a crescer muito por causa da mudança do treinador. Nikola Grbic é um ex-jogador da seleção, campeão olímpico em 2000, ele assume e isso dá uma motivação diferente. É uma equipe que vinha um pouco desmotivada, na minha opinião. A chegada de jogadores como o Petric, ponteiro que jogou com o Bruno no Modena, que é excepcional e não fazia parte do grupo principal. Há jovens interessantes nessa equipe. Pode ser uma das grandes não digo surpresa, porque está sempre chegando, mas voltar ao patamar que nos últimos anos talvez não estivesse. A Itália continua muito forte, alguns jogadores que surgiram e pode brigar de novo por títulos. No ano passado sofreu um pouco. E continuam como candidatos sempre a brigar pelo título Rússia, Estados Unidos e a Polônia, campeã mundial no ano passado, com a volta do Kurek um grande jogador certamente vai chegar muito bem."

OS JOGOS DO BRASIL

29/05 - Brasil x Sérvia - Belo Horizonte
31/05 - Brasil x Sérvia - Belo Horizonte
05/06 - Brasil x Austrália - São Bernardo do Campo
07/06 - Brasil x Austrália - São Bernardo do Campo
12/06 - Sérvia x Brasil - Novi Sad
14/06 - Sérvia x Brasil - Belgrado
19/06 - Itália x Brasil - Roma
21/06 - Itália x Brasil - Florença
27/06 - Austrália x Brasil - Sydney
28/06 - Austrália x Brasil - Sydney
02/07 - Brasil x Itália - Cuiabá
03/07 - Brasil x Itália - Cuiabá

 

 


Data: 2015-05-29 00:00:00